Os data centers se tornaram a espinha dorsal da Revolução Digital, enfrentando uma explosão de dados decorrente do aumento da atividade on-line e à adoção de tecnologias como Inteligência Artificial, Internet das Coisas e Big Data. Nesse contexto, a Willinn surge como um parceiro tecnológico crucial, com 30 anos de experiência na adaptação às demandas em constante mudança do mercado. Em uma entrevista com Federico Touriz, Head of Mission Critical, exploramos como a empresa se estabeleceu como um líder inovador comprometido com o crescimento dos negócios por meio da inovação e da evolução constante.

 

“Com o aumento da Inteligência Artificial, a demanda por capacidade de computação disponível torna-se cada vez mais relevante”.

 

Em um ambiente em que a tecnologia permeia todos os setores de negócios, garantir a continuidade dos negócios, mitigar os riscos e otimizar os recursos está se tornando fundamental para o progresso das empresas. Que soluções a Willinn oferece para enfrentar esses desafios?

 

Nosso objetivo é ajudar as empresas em seu processo de transformação digital ou em sua imersão no atual mundo da informação digital. Reconhecemos a importância primordial de manter a continuidade operacional para qualquer empresa. É por isso que adotamos uma abordagem consultiva, colocando-nos ao lado do cliente. Com mais de 30 anos de experiência, entendemos os desafios da transição para o digital e nos concentramos em compreender as necessidades do cliente para ajudá-lo a adaptar tecnologias que otimizem seus processos.

 

Quais são as vantagens de estar localizado em um parque empresarial como a Zonamerica?

 

O fato de estarmos localizados em um parque tecnológico oferece inúmeros benefícios ao nosso serviço de Data Center. Por exemplo, nossa localização específica nos proporciona níveis adicionais de segurança, com até quatro ou cinco anéis de segurança, conforme o caso. Além disso, fazer parte da Zonamerica reflete nosso compromisso com a gestão ambiental, parte integrante de nossa filosofia corporativa. Esse compromisso é evidente em todos os aspectos, inclusive no projeto de nossos data centers, onde aplicamos critérios ambientais rigorosos.

Outro aspecto diferenciador é a nossa infraestrutura de energia. Por estarem localizados dentro do parque, nossos Data Centers são alimentados por nossas próprias subestações, gerenciadas por nossa equipe de infraestrutura.

 

Nossos Data Centers certificados recebem energia de diferentes subestações para garantir a independência de cada linha de energia, o que assegura a redundância e a continuidade operacional. Essa configuração nos permite realizar manutenções programadas sem interrupções de serviço, mantendo a operacionalidade mesmo durante eventos imprevistos. Essa abordagem é particularmente relevante na região, onde a estabilidade energética é fundamental.

 

Qual foi a motivação por trás da decisão do senhor de participar das certificações do Uptime Institute?

 

Decidimos optar pelas certificações do Uptime Institute devido aos rigorosos padrões de segurança envolvidos. Acreditamos que já atendíamos a muitos dos requisitos de segurança, bem como aos nossos compromissos ambientais, que são inerentes à Zonamerica. Além disso, no mercado global, as certificações do Uptime Institute são altamente valorizadas pelos clientes, o que nos levou a perceber que ao seguir esse caminho teríamos uma vantagem competitiva significativa.

 

Para fornecer um contexto adicional, consultamos fontes como o Data Center Map, que fornece informações sobre data centers em todo o mundo, e cruzamos esses dados com a lista de data centers certificados pelo Uptime Institute. Essa instituição oferece diferentes níveis de certificação, incluindo projeto, construção e operação. No caso da construção, somos o único Data Center TIER III totalmente certificado no Uruguai, o que nos diferencia de outras opções. Em outros países da América Latina, como Argentina, Chile, Colômbia e Brasil, o número de data centers certificados em construção é significativamente menor em comparação com o número total de data centers construídos, demonstrando nossa posição de liderança na região em termos de certificações de qualidade e segurança na infraestrutura de data centers.

 

De que forma funcionam os data centers que você mencionou anteriormente, considerando que eles têm localizações no Uruguai, na Colômbia e nos Estados Unidos?

 

No Uruguai, temos atualmente quatro data centers, um dos quais é usado exclusivamente por um cliente específico, por isso o excluímos de nossa análise mais ampla. Na Colômbia, estamos presentes em um data center Tier IV e também temos presença no NAP (Network Access Point) das Américas, localizado no Equinix Data Center em Miami. O NAP das Américas é um ponto crucial de interconexão de rede internacional que conecta a América Latina com as Américas e a Europa.

 

Estabelecemos conexões em anel entre todas as nossas localidades no Uruguai, na Colômbia e no NAP das Américas. Isso nos permite acessar a Colômbia tanto diretamente do Pacífico quanto do Atlântico por meio do NAP, e vice-versa. Uma vantagem adicional de estarmos presentes no NAP é que podemos nos conectar não apenas a outros provedores internacionais de acesso à rede, mas também diretamente a vários provedores de nuvem pública. Embora ofereçamos serviços de colocation e infraestrutura como serviço (IaaS), também somos provedores de nossa própria nuvem pública. Nossos data centers têm uma função dupla: por um lado, oferecemos serviços de colocation e IaaS e, por outro, oferecemos suporte aos nossos serviços de nuvem.

 

Para que você tenha uma ideia da nossa escala no Uruguai, atualmente temos 156 racks e mais de 600 metros quadrados construídos.

 

Todos os data centers da Willinn são certificados?

 

Na Willinn, temos data centers no Uruguai que possuem certificações TIER. Além disso, temos outros data centers projetados e construídos com os mais altos níveis de redundância, o que garante a disponibilidade dos serviços, mesmo que não sejam certificados. Isso ocorre porque algumas empresas precisam ser hospedadas em data centers certificados, enquanto outras preferem opções que não necessariamente tenham essa certificação.

 

Algumas empresas optam por localizar seus ambientes de produção em data centers certificados, enquanto colocam seus ambientes de teste em data centers que não exigem certificação. Essa estratégia cria um equilíbrio entre preço e qualidade, o que otimiza o investimento dos clientes.

 

Quais são as principais diferenças entre as certificações TIER III e TIER IV em termos de projeto e redundância para data centers?

 

Para fins de contexto, no nível de certificação TIER III, que é o padrão que seguimos no Uruguai, a disponibilidade mínima garantida é de 99,987%, o que equivale a um máximo de 1,6 horas de tempo de inatividade do data center por ano. Por outro lado, na certificação TIER IV, que implementamos na Colômbia, a disponibilidade mínima garantida é de 99,995%, o que representa apenas 26,3 minutos de tempo de inatividade anual do data center. Ambos os níveis exigem redundância em componentes críticos, embora a certificação TIER IV exija um nível de redundância um pouco maior.

 

Além disso, a certificação TIER IV implica que a infraestrutura foi projetada para resistir a desastres naturais e eventos adversos. Como no Uruguai não enfrentamos riscos significativos, como terremotos ou tsunamis, a necessidade da certificação TIER IV não é tão relevante nesse contexto.

 

O Uruguai apresenta um cenário geográfico estratégico, político e climático favorável, o que nos levou a optar por um data center certificado TIER III como uma solução adequada para a região. Por outro lado, no caso da Colômbia, onde as condições são diferentes, implementamos racks em um data center com certificação TIER IV para garantir níveis ainda mais altos de disponibilidade e redundância.

 

Qual o valor que a Willinn agrega em relação à concorrência?

 

Nosso valor diferencial está no fato de sermos um data center multiportadora, o que significa que trabalhamos com vários provedores que nos dão acesso à Internet de forma independente, além de nossa conexão direta com o NAP das Américas. Atualmente, temos uma seleção específica de operadoras que podemos adaptar às necessidades de cada cliente. À medida que a tecnologia avança e os serviços exigidos evoluem, adaptamos nossa rede de operadoras em conformidade.

 

De que forma a Zonamerica e a Willinn podem ser um ponto central para o setor?

 

A Zonamerica e a Willinn se complementam para oferecer uma gama diversificada de serviços. Por exemplo, em termos de conectividade, além de sermos multioperadora, temos acesso direto ao NAP das Américas. Isso não apenas reduz a latência, mas também melhora a experiência do usuário, especialmente para empresas de software que visam o mercado norte-americano. A conectividade direta com os EUA é fundamental, sem incorrer nos altos custos associados à instalação em um data center nesse país ou à contratação de serviços de nuvem nos EUA.

 

Por outro lado, a Willinn oferece várias opções de conexão, incluindo tecnologias como MPLS e SD-WAN. Além disso, fornecemos soluções de segurança cibernética, protegendo contra ataques de negação de serviço e facilitando a análise de tráfego. Nossos serviços vão além da simples colocação ou da infraestrutura como serviço, fornecendo soluções de ponta a ponta que fortalecem nossos clientes. Muitas empresas querem proteger suas informações, mas não têm a infraestrutura necessária para enfrentar os desafios de segurança cibernética, e é aí que nós entramos. Temos nossa própria infraestrutura de nuvem, o que nos permite oferecer serviços personalizados de acordo com as necessidades de cada cliente. Nem todas as startups, fintechs e empresas baseadas em conhecimento têm os recursos para investir em seus próprios equipamentos ou infraestrutura de data center.

 

Para os clientes que procuram soluções mais completas, oferecemos serviços de infraestrutura como serviço (IAAS) e até mesmo opções de nuvem para se concentrar especificamente no desenvolvimento de software. No Uruguai, temos três data centers: Data Center I, Data Center II e Data Center Jacksonville, e também temos a capacidade de oferecer serviços na Colômbia. Além disso, por meio do NAP das Américas nos Estados Unidos, temos acesso aos principais provedores de nuvem pública, como AWS, Google e Azure.

 

Quais soluções técnicas são necessárias para lidar com o crescimento exponencial da Inteligência Artificial?

 

Com o aumento da Inteligência Artificial, a demanda por capacidade de computação disponível está se tornando cada vez mais relevante. Além da popularidade de ferramentas como o ChatGPT, é importante observar que, por trás dessa inteligência artificial, há uma necessidade significativa de capacidade de computação e armazenamento. À medida que o tempo avança, as soluções de inteligência artificial para uso público geram preocupações para as empresas que desejam aproveitar ao máximo esses avanços, mas, ao mesmo tempo, querem proteger a confidencialidade de suas informações.

 

Portanto, as empresas estão investindo em tecnologia para implementar modelos de linguagem colossal (LLM por seu acrônimo em inglês) em infraestruturas privadas com um alto nível de segurança. Isso garante que suas informações confidenciais permaneçam em sua própria infraestrutura. Essa abordagem requer uma infraestrutura robusta que possa fornecer armazenamento e capacidade de processamento suficientes para garantir a disponibilidade do serviço. Na Willinn, estamos planejando e projetando futuros data centers com a capacidade de atender a essa demanda emergente. Isso demonstra nosso compromisso com a inovação e o progresso tecnológico, refletindo o DNA diferenciado da Willinn e do Grupo Zonamerica.

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